domingo, 9 de dezembro de 2007

ADN


Segundo o Courrier Internacional, desta semana, já é possível, por menos de 1000 dólares, fazer testes de ADN onde são fornecidos, entre outros dados, indicações sobre doenças de que a pessoa é potencialmente portadora, as suas origens éticas e explicações de pequenas manias que irritam os outros.
Estes novos testes genéticos pessoais não efectuam a sequenciação da totalidade do genoma humano, que é constituída por três mil milhões de bases de ADN. A análise concentra-se num número limitado de pontos do genoma.
O objectivo inicial das empresas que fazem estes testes é patrocinar as actividades da empresa e futuras investigações na áreas.
Várias interrogações me surgiram, entre elas:
- as questões éticas relacionadas com a obtenção não consentida de amostras biológicas passiveis de serem analisadas e assim uma empresa puder traçar um perfil dos pretendentes a lugares de destaque, ou não;
- a questão das seguradoras exigirem um teste onde é possível conhecer a propensão de um dado segurado de vir a ter cancro, doenças de Alzheimer, etc.
- a questão das fugas de informação, sempre tão falada e agora com o desaparecimento de um CD-ROM com os dados de 25 milhões de ingleses, percebe-se que afinal é mais fácil de acontecer do que se supunha;
- e finalmente a questão mais importante, o que fazer quando se sabe que temos uma grande propensão de vir a contrair cancro mamário (por exemplo)? Será que toda a informação que se pode obter não irá condicionar grandemente a nossa vida no futuro e consequentemente, todas as nossas decisões? (segundo o New York Times, "perante um diagnóstico de cancro a partir de certos despistes genéticos, alguns pacientes chegam a remover órgãos de risco antes de a doença aparecer").

A piada da vida é nunca saber o que lá vem e viver sem saber o amanhã, mas será que tendo presente certas informações não ajudará a prevenir determinados comportamentos que possam levar a riscos graves? Não sei, eu acho que depende de cada um e do tipo de informação disponibilizado.
Talvez se eu soubesse que tenho o fragmento de ADN que permite sentir o composto que dá o gosto amargo a muitos legumes, não insistiria em comer couves-de-bruxelas (parece que está lá uma Guanina em vez de um Citosilo).

1 comentário:

Anónimo disse...

devem ter surgido as mesmas dúvidas quando foi do Raio-X assim a modos que a espreitar para tudo o que era entranhas possivelmente da alma também