terça-feira, 1 de julho de 2008

Do amor nada mais resta que um Outono
e quanto mais amada mais desisto:
quanto mais tu me despes mais me cubro
e quanto mais me escondo mais me avisto.

E sei que mais te enleio e te deslumbro
porque se mais me ofusco mais existo.
Por dentro me ilumino, sol oculto,
por fora te ajoelho, corpo místico.

Não me acordes. Estou morta na quermesse
dos teus beijos. Etérea, a minha espécie
nem teus zelos amantes a demovem.

Mas quanto mais em nuvem me desfaço
mais de terra e de de fogo é o abraço
com que na carne queres reter-me jovem.


Natália Correia (1923-1993)

4 comentários:

Anónimo disse...

m o outono é o princípio da renovação, :)

( mt bonito)

serotonina disse...

Por isso é umas estação tão especial.

GRAFIS disse...

vocês ainda agora estão a entrar no verão e já estão a falar do outono?!
Deixem lá o outono sossegadinho que a malta agora quer é sol, é verão, é praia, e tudo e tudo e tudo... tá bem? :)

serotonina disse...

Ai a malta quer sol e praia? A sério? Então eu que pensava que estava proibida de falar dessas delicias proporcionadas pelos dias quentes e solarengos, até ao final do verão, e agora é a menina que puxa o assunto?
Se é assim, preparem-se pois vou começar a relatar as minhas idas à praia e provavelmente haverá alguma "inveja".
Agora, assim só para começar gostava de avisar de não trabalho nos próximos 4 dias. ;) :)

beijos